Quero partir num barco que saia deste porto,
Numa viagem de ida, mas sem volta marcada
Desejo encontrar a Ilha para meu bom conforto
Longe, muito longe, desta sociedade degradada
Num mundo onde se cantam os extremismos,
Onde se repetem erros dum passado recente
Não lá lugar para poetas e doces eufemismos,
Nem para quem defenda o pobre e o doente
Quero partir, e não voltar, rumo à Ilha prometida
Onde poderei simplesmente escrever versos
Noite e dia, dia e noite, sem medo de ser esquecida
Distante da sofreguidão de ambientes perversos.