Em toda a parte andam os vampiros,
cantava o Zeca em sinal de abjeção,
contra os sanguessugas desta vida
que alimentam o sistema inusitado,
mas deixam o pobre esfomeado
Eles comem tudo… Eles comem tudo
e não deixam nada
apenas a imundice dos seus pratos,
para que os miseráveis possam limpar,
mesmo com o estômago a apertar
Vestidos de cinzento e emproados
armam-se em patrícios de ares dourados
sugam os camaradas numa ode à sobeja
sugam… sugam… sem dó, nem piedade
os caçadores unem-se em prol da fraternidade
Encham as ruas,
gritem à sombra de azinheiras,
levem flores, ou disparem tiros, mas…
– É tempo de matar os vampiros!