nos vagões imundos partiram
acorrentados a um destino execrável
pesadelo transformado em vida real
sem alento pela Humanidade
ou resquícios de dignidade
amontoados entre excrementos e mortos
sobre-lotaram os veículos ferroviários,
que conduziram nas linhas do terror
milhares de almas ao seu purgatório,
última estada antes do final deploratório
humanos transformados em animais
despojados de roupas, cultura e família
qual sarna no exercício dos desígnios
foram vítimas das sismas nacionalistas,
do veneno dos malfeitores extremistas
o anjo da morte os acolheu,
num inferno a céu aberto
digno de Lúcifer e do seu séquito,
o ser (des)humano decrépito.