O sonho e a dor Juntos… revestem-se… Emanam uma cor, Repleta de tom grotesco Paralisia imutável de silêncio Torturas e convulsões, Eletrochoques em mil sessões Pânico insustentável? A dor e o sonho Permanecem lado a lado… Procuram o medonho, Com um ritmo frenético... a morte: – Ai de quem nos vier salvar!
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Vagões do purgatório
nos vagões imundos partiram acorrentados a um destino execrável pesadelo transformado em vida real sem alento pela Humanidade ou resquícios de dignidade amontoados entre excrementos e mortos sobre-lotaram os veículos ferroviários, que conduziram nas linhas do terror milhares de almas ao seu purgatório, última estada antes do final deploratório humanos transformados em animais despojados de … Continue reading Vagões do purgatório
Matar os vampiros
Em toda a parte andam os vampiros, cantava o Zeca em sinal de abjeção, contra os sanguessugas desta vida que alimentam o sistema inusitado, mas deixam o pobre esfomeado Eles comem tudo… Eles comem tudo e não deixam nada apenas a imundice dos seus pratos, para que os … Continue reading Matar os vampiros
Idiossincrasia do não querer saber
Tic tac… tic tac.. tic tac… o relógio não pára de tilintar dá as badaladas da meia-noite anuncia o nascer de mais um dia Tic tac… tic tac… tic tac… – que fastidioso! já não basta estar perdida, com desnorte para a vida? Tic tac.. Tic tac.. tic tac… uma e outra vez, num loop … Continue reading Idiossincrasia do não querer saber
Kelmti Horra
banhos de sangue, violência e submissão enchem as ruas, mancham o chão pisamos, calcámos com desdém as crianças, jovens e idosos que sem armas para lutar estendem a bandeira da rendição entre sazonalidades de calamidades e acalmias, esboços guiões de um filme para cegar tiranias chegam e partem os trovões, mais a luz solar estamos … Continue reading Kelmti Horra
Ritmos do enigma d’além
Que idioma indecifrável fonética e magneticamente toma de assalto a minha audição são palavras que desconheço, mas com uma magia intangível Que cantos delirantes chegam da terra-mãe do deserto ultrapassam quaisquer barreiras não existem constrangimentos, renuncio o sentido de fronteiras Arábia de tempos ancestrais os teus ritmos dançantes transparecem a alma de um povo que … Continue reading Ritmos do enigma d’além
O rio insalubre
O pavor enregela a essência do atuar De joelhos prostrados Com armas apontadas à cabeça Escorrem rios de prantos O temor influi em afluentes E corre… corre… corre Sem encontrar a sua foz O rio toma o seu percurso Desvia-se aqui e além Submerge determinadas terras Continua a crescer a montante e a jusante O … Continue reading O rio insalubre
Metamorfose
Metamorfose conspícua de uma larva Encarcerada num casulo de redenção Desponta como uma borboleta Bate as asas e voa livremente Sob os olhares de admiração Ignora-se o seu passado ignóbil Despojado de quaisquer pasmos Submergido em antros de escuridão Larva que deixou de o ser Borboleta alvo de colecionadores virou Metamorfose audaz no exterior Ironia … Continue reading Metamorfose
Acordes da alma
As cordas da guitarra tocam acordes de fogo labaredas do coração A música faz-se ouvir na rua em casa em qualquer lugar Mas não existe uma casa, uma pátria para exacerbar Com os dedilhar das notas percorre-se o instrumento onde somente importa ficar
A minha palavra é livre
Somos parte de um mundo díspar Um lugar em que ardem os humanos E vigoram os fantoches maneáveis Marionetas de forças superiores Com descrença pela plateia Nos bastidores erguem-se algumas vozes Os invisíveis que cantam no meio do caos Cantam palavras de emancipação Cantam em silêncio sem serem ouvidos Não foram designados para protagonistas Mas … Continue reading A minha palavra é livre